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de Chrysanthème
Após receber o diagnóstico de “enervada” – categoria que no começo do século XX era usada pela ciência para descrever o comportamento de um grande número de mulheres –, Lúcia, uma carioca “ultramoderna”, como ela mesma se descreve, decide narrar sua vida, com o intuito de questionar o diagnóstico a que foi submetida. Com acidez, a protagonista mescla episódios cotidianos e memórias a comentários que revelam uma preciosa radiografia da alta sociedade do Rio de Janeiro, durante a República Velha.
Propensa à morfina e a outras substâncias entorpecentes, Lúcia ainda descreve seu infeliz casamento com um oficial do Ministério do Exterior, passa pela inevitável dissolução do matrimônio e trata de seus casos amorosos subsequentes. Enquanto pondera sobre sua recém-atribuída – e suposta – moléstia, a protagonista compartilha a experiência com um grupo de amigas fiéis que poderiam receber pareceres médicos semelhantes. A partir de um olhar crítico e transgressor para seu tempo, Enervadas revela a vida agitada e independente de mulheres sexualmente curiosas e livres, que romperam com os padrões morais da época de sua escrita.
Mariana Lima (São Paulo, 1972) é atriz, autora e produtora. Atuou em filmes como "O banquete", de Daniela Thomas, e "Sedução da carne", de Júlio Bressane. Na TV, esteve em produções como "Cordel encantado" e "Sessão de terapia", entre outras séries e novelas. Integrou o Teatro da Vertigem por dez anos, além de atuar em várias peças. Ganhou prêmio Shell de Melhor Atriz pela peça "Pterodátilos", em 2011. É autora da peça "Cérebro-coração" (Cobogó).
Pseudônimo de Maria Cecília Bandeira de Melo Vasconcelos, Chrysanthème é uma das preciosidades mais bem guardadas da literatura brasileira. Um dos nomes da escrita de mulheres no início do século XX, e pioneira das causas feministas, a autora publicou mais de vinte livros, e ao que se sabe nenhum deles foi reeditado. Em sua época, no entanto, Chrysanthème foi uma figura pública, em especial por suas crônicas na imprensa. Entre seus livros está A infante Carlota Joaquina (1937), no qual procura contestar o retrato tradicional da rainha luso-brasileira como uma megera. Casou-se aos 19 anos, teve um filho e enviuvou aos 38, em 1907, quando, inspirada pela mãe, deu impulso a sua carreira literária.
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